quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Memoria Cultural - Patrimonio Cultural Imaterial


Foto: Internet

PATRIMONIO CULTURAL IMATERIAL
São todas as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas, que comunidades, grupos ou pessoas reconhecem com parte integrante de seu patrimônio cultural, podendo ser transmitido de geração em geração e constantemente recriado em função de seus grupos ou ambientes de sua interação ou história, gerando identidade e continuidade ao fazer.
Dessa forma o queijo de Minas Gerais ganhou notoriedade, porque além do sabor de sua degustação, foi registrado pelo conselho Consultivo do IPHAN em 2008, como patrimônio cultural imaterial brasileiro. Após incansáveis pesquisas, entrevistas e estudos sobre esta iguaria, vê-se que  a predominância da confecção  da produção do queijo em fazendas de Minas Gerais ainda mantêm-se de maneira artesanal.na verdade tal reconhecimento surgiu oriundo da necessidade de conservar e agregar valor ao leite, que encontrou  nessa diversidade o jeito parecido de fazer , o qual a diferença sobre quem faz, pois usa-se  o leite cru e sua fermentação toda artesanal e caseira, dá a receita o sabor da mineiridade, repassada de geração a geração.
A receita do queijo do Serro foi trazida para o Brasil no século XVIII por portugueses que vieram da região da Serra do Estrela, chegando ao Brasil a técnica teria sido adaptada tornando o queijo mais úmido e ácido
A receita registrada no tombamento trata-se da descrição de todos os processos que envolvem a produção do queijo típico, desde a ordenha, até a desenformagem, curtimento e limpeza.
A conseqüência deste registro  é a valorização  da produção do queijo com leite cru, que chegou a ser condenado por questões de segurança alimentar, tirando  inclusive este produto do mercado inclusive, com o tombamento, ele passou  a ter agregação de valor, a comercialização do produto  retomou a sua fabricação artesanal, podendo ser até exportado dentro das normas vigentes da atualidade.
A apresentação deste bem, é importante devido aos percursos e proporção, que  por algum período foi considerado clandestino  e impedido de vendê-lo, mas  a partir da força de um povo foi capaz de provar as autoridades envolvidas o valor econômico, cultural  e  histórico que transformou uma simples receita,  salvou  a produção leiteira salvaguardando com ele um legado  maior , que é o queijo do Serro.
Deu vontade de saborear esta iguaria? Vá a feira de sua cidade, visite aquela fazenda antiga que possui ainda o hábito do fazer queijo, junte-se ainda, aquela xícara de esmalte, com um cafezinho, numa costumeira tarde ou manhã, esqueça tudo e invista no seu prazer de degustar uma boa lasca de queijo, de Minas Gerais

Texto: Angela Gomes Freire - Professora, Turismologa e Produtora Cultural

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Memoria Cultural - Renda de Bilro



Dona Ana de Ricardo, Rendendeira de Itinga/MG - Foto: Jô Pinto

RENDA DE BILROS

A renda de bilros é sem dúvida, uma das mais antigas e mais ricas manifestações da arte do nosso povo. Feita quase sempre por mulheres de condição humilde que aplicam sua habilidade, destreza e criatividade numa arte  a que são levadas por verdadeira devoção.
O modo de  fazer renda baseia-se com os seguintes instrumentos ou materiais básicos:almofada dura, o rebolo, cilindro de pano grosso, cheio de palha ou algodão, de acordo com a dimensão da peça a realizar e coberto exteriormente pou um saco ou tecido fino.
As primeiras almofadas entraram no Brasil trazidas por mulheres portuguesas que, com suas famílias, deixaram sua terra natal em busca de vida melhor, introduzindo assim uma herança cultural acumulada de século, que sofreram algumas alterações, mas a técnica perdurou , resumidamente assim:
A almofada fica sobre um suporte de madeira ajustável, de forma a ficar a altura do trabalho da rendilheira. No rebolo é colocado um cartão perfurado, o pique, onde se encontra o desenho da renda, através de pequenos furos, em que  será realizada, a rendeira espeta alfinetes , que desloca à medida que o trabalho progride, e assim os fios são manejados por meio de pequenas peças de madeira torneada ou feitos de outros materiais como osso que são os bilros , estes são manejados aos pares pela rendeira que imprime um movimento rotativo e alternado a cada um, orientando-se pelos alfinetes, a numeração do bilros variam conforme a complexidade do desenho.
Infelizmente a região  está perdendo  essa cultura de fazer renda, restam muito pouca mulher  tecendo ainda, sendo as poucas, idosas e a nova geração perdeu o interesse pela arte.

Texto: Angela G. Freire - Professora, Tursmologa e Produtora Cultural

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