segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Memória Cultural - Gosto, renda, cultura e exclusão

Assistindo a uma reportagem sobre culinária, ao qual trazia a tona o possível desaparecimento de alguns alimentos, entre eles: o queijo artesanal, reavivei que a certo tempo  escrevendo para este blog, já  havia  descrito sobre esta ameaça e seus principais motivos.
Analisando  as matérias tanto do blog como da reportagem,  é estarrecedor,   enquanto habitante de uma região socialmente falando , enquanto  área agrícola somos um povo tradicionalmente de  agricultura familiar, no entanto por causa das legislações  que se instituiu pensando   em grandes empresários, em nada contribuiu aos pequenos , ou seja, o futuro  dos pobres numa linha bem nítida é comprar produtos nos supermercados, pagando com o recurso que virá do governo como esmola ou como  carteirinha de inutilidade por não ter autonomia de fazer sua roça para subsistência , porque isso  está fora dos padrões  desta ou daquela lei.
Não tome isso como crítica a governo algum, mas enquanto agente cultural e cidadã do Vale do Jequitinhonha,  falar do Queijo Minas hoje,  como  alimento produzido artesanalmente, faz parte da nossa identidade, assim como o palmito para a população indígena guarani, em são Paulo; o acarajé da Bahia e tantos outros sabores pelo pais, mas  também reporta-se a exclusão de pequenos agricultores, que vivem do cultivo  em suas propriedades , desafiam clima, resistem a duros golpes do tempo e dos corruptos medíocres que elaboram, aprovam e ditam normas e leis, os mesmos que recorrem aos  pequenos e pobres para lhes dar poder , com falsas promessas , míseros presentes  e falsos abertos de mãos para depois  tratar de dizimá-lo, com a desculpa de que a vigilância sanitária não aceita.
Considero  importante  o registro de  bens imateriais  como forma  e esforço pela ação de sobrevivência cultural  , mas,  gostaria de ver o gesto relevante de direito : a garantia  da lavoura  e o cultivo em pequenas lavouras, possam ser dignamente  exercidas, assim como são as grandes produções; assim que se faz justiça  e valoriza a terra que germina e dá alimento a todos.

Texto de:


    
                                                                                                           

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