segunda-feira, 20 de abril de 2015

MEMÓRIA CULTURAL- TESTEMUNHO DE UM MOVIMENTO MINEIRO

Esta semana as escolas falam muito sobre o tão comemorado “Dia de Tiradentes”,  mediante as controvérsias e descobertas  que historiadores vêm revelando ao longo do tempo, importante mencionar  sobre a Inconfidência Mineira, um movimento  que surgiu no ciclo do ouro, que entre tantos outros motivos  destaca-se  a opressão do governo português  no período colonial  que cobrava altas taxas e impostos, além dos abusos políticos e impedimento do desenvolvimento industrial e comercial do Brasil.
O cenário principal  deste movimento  contra a coroa portuguesa ,ocorreu em 1789, na atual Ouro preto, mas que naquela época era chamada de Vila Rica, considerada a capitania de Minas Gerais, mas é em Berilo, precisamente na rua do Porto, nº204, num sobrado , cujo dono era Domingos de Abreu vieira, português, tenente coronel do regimento de Cavalaria  Auxiliar de Minas Novas, era padrinho da filha de Tiradentes. Neste local ocorria festas e reuniões  secretas  quanto as aspirações  de liberdade e sonhos de uma pátria próspera e livre. 
Este sobrado foi seqüestrado pelas autoridades portuguesas , após a prisão dos inconfidentes em 1789.
Depois disto  há relatos  do Francês Auguste de Saint-Hilare em 1817, que teria se alojado neste e que o proprietário era um juiz da Vila do Fanado, também  o historiador austríaco João Emanuel Poh havia  sido acolhido, enfim,  pessoas ilustres chegaram a hospedar –se nesta casa.
 Também rendeu disputas e contendas quanto seus proprietários, mas isso não é mais importante atualmente, fato que o sobrado  chegou em seu estado de arruinamento  até que em 2009 ,  iniciou as obras de restauração , entre idas e vindas de projetos, finaliza-se em 2012.
O Sobrado é tombado a nível federal, estadual e municipal e abriga um centro de memória da cidade.
Vale recordar da visão privilegiada em relação a paisagem , em que se avista  da varanda do sobrado o rio Araçuaí que corre mansamente em seu ressoar ,do bater nas pedras, que melancolicamente  é possível imaginar a canção popular:
Eu não moro mais aqui,
Nem aqui quero morar
Oh beira mar,          
Adeus Dona
Adeus riacho de areia.


.Fontes:História da Liberdade no Brasil,Correia, Virato –Civilização Brasileira,1974 www.asminasgerais.com.br

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