segunda-feira, 4 de maio de 2015

MEMÓRIA CULTURAL - FESTA DA SANTA CRUZ

                 
                  A devoção a Santa cruz é proveniente do período colonial, século XVIII, pouco se perdeu desde que chegou ao Brasil, já que a devoção a Santa Cruz estava naquele tempo diretamente vinculada à defesa dos perigos das doenças dos conflitos familiares e dos malfeitores, comuns na região dos ouros entende-se ai por que os colocavam em pontos estratégicos como os pontos alto das cidades, porteiras  de fazendas, currais, galinheiros e nas portas das casas, desta forma os maus espíritos e assombrações que teimavam em insuflar brigas na região do garimpo fossem afastados,assim “ a sacratíssima cruz e filho de Deus eram fonte de saúde, de perdão e graça aos fieis do catolicismo barroco” fato que alem de comprovar – se pela devoção fortalecia – se pela festa de Santa Cruz e com Ladainhas que se faziam a ela.
              Em Itinga a devoção a santa cruz chegou na segunda metade do século XVIII, colocado em fazendas como os da a comunidade de pasmado empedrado, Pasmado, Carrapato e Santa Maria ,conforme o lugarejo ia crescendo os cruzeiros iam se espelhando e  a festa da Santa Cruz também, a festa era motivo de alegria para o grupo de congado da Santa Cruz onde seus componentes cantavam e dançavam ao som de caixas, tambores e violas, tal manifestação acontecia durante as novenas celebradas antes de 03 de Maio dia da Santa Cruz, Sendo que os principais nomes da congada da Santa Cruz são: Pedro Marco, Célio, e Sebastião, apesar de ser manifestada em quase todo município, era na comunidade de Carrapato que acontecia a mais bela festa do Santo Cruzeiro, Além da novena que antecedia o dia três de Maio , havia também a preparação dos comes e bebes para a grande festa que ali se realizaria, também era comum os membros da família na véspera do dia da Santa Cruz, enfeitar se as suas Santa Cruzes rito que consistia em adornar com flores e fitas, pequenas cruzes de madeiras que eram fixadas nas portas das casas, eles acreditavam que nesta mesma noite nossa Senhora passa beijando cada uma das cruzes que foram ornadas e dessa forma, dispensado as mercês necessárias a cada uma das zelosas famílias, o terço da Santa Cruz é uma das manifestações de fé mais sacrificantes que existe, é necessário rezar 100 pai e nosso, 100 ave marias e 100 credos, e a cada pai e nosso e Ave Maria se joelha e se levanta , se entoa rezas de domínio publico cantada em forma de lamentos.

      “ Minha alma remede e forte, que a morte avemos de passar, os inimigos de Santa Cruz me encontraram e ti dirás; afasta – se de mim satanás, parti comigo tu não terás, porque hoje é dia de santa cruz, cem  vezes ajoelhei, cem vezes persinalizei e cem ave Maria rezei, arreda e afasta satanás, porque essas almas não são suas, ao dia da Santa Cruz direi mil vezes Jesus.”

            Este é um dos benditos entoadas no dia da Santa Cruz, hoje não se tem mais a festa da Santa Cruz no Municipio de Itinga, apenas se celebra o terço no dia 03 de maio na igrejinha de bom Jesus e na comunidade do Pasmado que tem como padroeiro a Santa Cruz. Os cruzeiros estão espalhados por todo o município, em quase todas as comunidades rurais existe um cruzeiro principalmente em frente das igrejas, cemitérios, fazendas e nas estradas, na cidade existi o cruzeiro dos martírios em frente à Igrejinha do Bom Jesus e este é o mais importante, ele fica na parte alta da cidade no bairro Alto Santa Cruz, em todo o corpo da cruz a lembranças da vida e do crucificamento de cristo: coroa, coração, túnica, o galo , a pomba, as correntes, as escadas, os pés, as mãos e as lanças. No centro da cidade existe o  Cruzeiro de Santa Luzia fica em frente a prefeitura municipal, antigamente ele era de madeira hoje é de concreto; e até a década de 30 existia  o cruzeiro das missões, demolido para a construção da praça Cel. Hermelino Gusmão.

(Texto do Livro - "Memórias de Itinga" - Autor: Jô Pinto)

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