segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

MEMÓRIA CULTURAL - Limpador de Latrina ou Carregador de Embrulho?



O assunto “ banheiro “ no Brasil , inicia-se com a chegada da família  real , os índios faziam suas necessidades  nos matos e o banho era algo freqüente, enquanto a família real não seguia tais padrões, mas, banheiro no interior das casas é algo bem mais antigo, no terceiro milênio antes de Cristo, de acordo com  escavações arqueológicas mostraram vestígios dessa construções no oeste da Índia; enquanto em Roma o povo gostavam de fazer suas necessidades em público ou em penicos; na  Europa em 1668, após um decreto determinando que todas as casas construídas na cidade deveriam ter um importante cômodo, isso se popularizou.
 No Vale do Jequitinhonha, haviam entre as ditas “boas famílias” este importante cômodo, problema  era quando a fossa atingia seu limite de sua capacidade, tinha de  fazer o seu esgotamento ao invés de construir outra, então havia  “Limpador de Latrina”, que muitas vezes a troco de  comida e roupa velha, enchia de merda as latas de querosene e transportava até o rio para despejar estes dejetos que recendia durante vários dias.
Havia também o carregador de embrulhos, tinha profissão mais condizente com as exigências da civilização, principalmente na zona boemia, como  as meretrizes não podiam dar-se a tal luxo, contratavam garotos de freguesia certa que lhes carregavam os embrulhos.

Também era “finesse” no âmbito da alta sociedade as senhoras idosas e os enfermos gozavam do disputado  privilégio, poder servir-se do urinol para todas e quaisquer eventualidades  que  atiravam diretamente a rua, mas era comum pela manhã , as empregada domésticas, que  ganhavam como salário muitas vezes um quartinho nos fundos para dormir, comida , roupa velha e xingatório, elas tinham por labor todos os dias  andar pelas ruas com as preciosas vasilhas, algumas de fino valor, iam esvaziá-las no rio, expondo-as ao sol, por razões de assepsia .

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

MEMÓRIA CULTURAL - CAIS DO PORTO


Cais da Travessa José Gusmão, mais conhecido como porto da Branca
Foto: Jô Pinto
O cais é uma estrutura portuária , em que serve de   embarque e desembarque de  mercadorias, e passageiros, foram construídos para diversos fins .
Em Araçuaí, há um cais no Distrito de Itira, região de origem histórica da cidade, porém o outro  cais erguido  na região  do antigo centro comercial  não existe mais.
Em Itinga o cais foi construído na década dos anos de 1930, entreposto de intensa circulação de passageiros e transações comerciais, mas com a construção da ponte, que interligou  as duas regiões da cidade , causou o abandono do cais.
È um cenário urbano desolador, que se por um lado que trouxe muita prosperidade a região, do outro  causa insatisfação  de algumas mentes que desconsideram a sua importância;

Fique então com a nostalgia, do cantor Milton Nascimento , que inspirado pelo seu CAIS, compôs esta canção:

Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais

E sei a vez de me lançar

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

MEMÓRIA CULTURAL - Carnaval Popular ou Cordões

         O carnaval popular surgiu no Brasil com Zé Pereira que puxava um grupo  de foliões pelas  ruas com bumbos e tambores, fazendo grande barulho depois das 22:00 horas de sábado e a partir daí surgiram os cordões. 
          Dona Delicia era quem organizava os cordões de rua de Itinga, estes saião pelas ruas da cidade, os cordões consistiam em segurar nas mãos um dos outros e estes faziam caracóis pelas ruas, cantando marchinhas da época.    
         Depois o carnaval passou a ser realizado em salões os mais frequentados era o de Zé Padeiro e o do mercado municipal, dizem que o salão de Zé Padeiro era frequentado pela classe mais pobre e no mercado acontecia o carnaval dos ricos, porém tal divisão não interferia na diversão de pular e brincar o carnaval, diga-se de passagem, muito animado, a moda nessas épocas era o lança-perfume e confetes, sem perder a alegrias nesses salões também se brincava os cordões.
       Nas primeiras horas do dia as pessoas se vestiam de mascarados e saia pelas ruas sempre ao som de marchinhas tocadas pela bandinha de música composta por Zezinho Rego, Antonio Bananinha, José de Zara e Vicente de Zé Cuanga, A noite algumas pessoas se fantasiavam com roupas pretas e máscaras, eram conhecidos como cavaleiros da noite, na maioria das vezes eram mulheres que se fantasiavam para ir ao carnaval escondidas dos pais, seu Zezinho Rego foi durante muito tempo o animador do carnaval de salão de Itinga.
          O carnaval acontecia em lugares fechados e pequenos e não se tinha noticias de violência, a falta de energia elétrica também não era motivo para não ter bebida fresca, as bebidas eram colocadas dentro de um tambor de ferro com areia e água, assim ficavam mais frias, quando os cordões acabavam em um salão, os foliões procuravam outro, ou iam para a casa de algum membro da turma. No domingo de carnaval acontecia o “entrudo” um grupo de pessoas animadas com o aspecto festivo do dia que raiva, se entregava a este folguedo. As pessoas atiravam latas de água uma nas outras pelas ruas da cidade, tendo duração de umas três horas, iniciava–se pela manhã, os que já estavam molhados jogava água em outros que não estavam e assim, um ia molhando o outro, a brincadeira se seguia. Aqueles que não entravam na brincadeira por livre e espontânea vontade era pego e levado para tomar um banho no rio Jequitinhonha, havia também o costume de se colocar apelido nas turmas, um dos mais conhecidos era “turma do funil”

         Nos três dias as pessoas se divertiam, mas na terça feira o carnaval acontecia só até a meia noite, era expressamente proibido passar desse horário, pois tinha que se respeitar à quarta feira de cinzas.

Fonte: Livro "Memórias de Itinga'


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