quarta-feira, 21 de junho de 2017

GIRO PELO VALE - Festa de São Pedro em Felisburgo/MG

A cidade de Felisburgo no vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, realiza nos dia 30 de Junho e 1º de Julho, um dos maiores arraiá da região , a Festa de São Pedro, com Casamento da roça, Concurso de quadrilha, comidas tipicas e muito show de forró.



quarta-feira, 14 de junho de 2017

MEMÓRIA CULTURAL: Chapada do Norte, uma cidade Quilombo


Foto Internet
Chapada do Norte situada no Alto-médio Vale do Jequitinhonha,nordeste de Minas, tem em sua história a marca do  colonizador o bandeirante paulista , Sebastião Leme do Prado , devido a descoberta e exploração de ouro à margem do rio Capivari, por volta de 1728, mas quando começa a decadência das lavras de Minas Novas, por volta do ano 1743, faltou víveres para a alimentação dos habitantes da região,e a escassez de comida atingiu com mais intensidade os escravos que, além da falta de alimentação recebia maus tratos e castigos dos capitães do mato. Por esse motivo, grande parte deles fugiram, formando Quilombos nos lugares denominados Macuco, Bandeirinha e Bandeira Grande. A perseguição a esses escravos foi constante, então eles se afugentaram para as bandas do rio Capivari, num local assentado na ponta de um espigão bem próximo ao rio.
Ali encontraram grande quantidade de ouro e a partir dai fundaram a primitiva povoação de Santa Cruz da Chapada, foi ela extinta e posteriormente restaurada em 1850.
Subordinada a capitania da Bahia, administrativamente e militarmente desde 1729, passa mais tarde a integrar o território de Minas Gerais, devido aos problemas gerados pelas extrações diamantíferas. Com a ocupação da terra pelos escravos, o povoado cresceu rapidamente e ainda hoje a maioria de seus habitantes são negros.
A explanação histórica deste município, serve para  mostrar que os quilombos surgiram como forma de resistência contra a escravidão, e a escolha por lugares de topos, colinas e matas fechadas, era a forma estratégica para  dificultar o acesso dos homens que saiam  pela captura dos negros .
Aprofundando quanto o significado da palavras  “quilombo”, esta deriva dos povos  de língua bantu, provenientes  de Angola e do Congo, mas existiam também  outros  como os Lundas, Ovibundu,, Mbundu, Imgbala,Kongo e muitos que ainda desconhecemos.
Esses povos viviam em  comunidades, num tipo de organização coletivista, governados por chefes de linhagens ou seja entre famílias e por um rei , geralmente o guerreiro desta linhagem, sendo comuns  as lutas para saber quem era o mais forte, sabe-se que havia dois grupos de guerreiros na África: Os Jagas ou imbangalas de Angola e  os Lundas do Congo  e justamente  das técnicas destas lutas os negros se serviram para a organização dos quilombos no Brasil.
Tratar o tema de quilombos atualmente há infindáveis caminhos que estamos aprendendo a recontar, pois o domínio e opressão prevalece até os tempos atuais e em suas múltiplas facetas, mas  justamente a prática coletivista em que aprenderam com seus ancestrais ainda permanecem, e, assim nasce  do anseio de apresentar e contar a história omitida e deturpada do negro no Brasil.
A COQUIVALE- Comissão das Comunidades quilombolas do vale do Jequitinhonha, vêm se reunindo, dialogando, na busca  pelos direitos e por uma  política justa e digna aos negros. Entre um encontro e outro, depara-se com situações que só confirmam a existência e a permanência dos valores ancestrais, além da cor, do biótipo, há ainda a culinária, pois conhecemos nacionalmente os costumes dos negros,  mas veja  que em Chapada do Norte  há quitutes que são conhecidos por “Cabo do machado”ou “bolo de fubá” , uma espécie de pamonha, feito a base de milho, assada em forno tradicional (feito de barro, em formato ovalado, em cima de um girau) enrolado em palha de bananeira, em outros lugares do Vale do Jequitinhonha , a mesma apresenta-se como pamonha cozida e enrolada em palha de milho, mas em Chapada conserva-se a tradição de ser encontrada na feira livre da cidade,  servida e ofertada em cesto de tapeçaria de taquara.

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